Nesse conto, Machado de Assis, narra a história de B..., contada por Abel, um conhecido do narrador. B..., que era oficial da marinha inglesa, se recuperava num hospital inglês no Rio de Janeiro, quando conheceu Abel, que foi até lá visitar um amigo padre.
B ... estava no hospital se recuperando de uma perna quebrada, após um sofrer um acidente durante um incêndio. Segundo ele, num dia de sábado, ao chegar em determinado porto, desembarcou e foi conhecer a cidade, tomar uma cerveja e fumar. Quando estava de volta ao navio, percebeu rumores de uma multidão. Curioso, perguntou a alguém do que se tratava, soube que era um incêndio no segundo andar de uma casa que funcionava como oficina de costura. A polícia e as autoridades já estavam no local. De repente, B... ouve um grito de pavor de um homem que estava ao seu lado. B... percebeu que ele mostrava a figura de uma mulher numa das janelas da casa. De alma generosa, B... correu e entrou na casa em chamas para salvar a mulher. Depois de se esquivar do fogo, B... chega à sala e, para sua surpresa, a tal mulher era na verdade um manequim utilizado pelas costureiras. B... ainda na dúvida, chegou perto para ver se era mesmo um manequim. Viu que sim. Tentou sair antes de morrer queimado. Mas, quando já estava perto da saída, algo (uma tábua ou um ferro) caiu do alto e quebrou-lhe a perna. Por isso, se encontrava no hospital.
Por: Kennedy e Kátia
Quem de vocês imaginou que o suposto vulto de mulher à janela era, na verdade, um manequim? Penso que nenhum imaginou. Por quê? Porque o autor (Machado) trabalha a linguagem de uma maneira tão maravilhosa que não nos deu espaço para isso. Tudo foi tão bem conduzido que nos envolvemos no episódio. Uma história simples, corriqueira, mas que não nos furta ao sorriso no final, e mais ainda quando constatamos que B... se recupera de uma perna quebrada justamente por ter cumprido sua obrigação como soldado naquele momento.
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